A pandemia de Covid-19 e as doenças mentais: É possível afirmar que o aumento de pessoas com distúrbios e doenças mentais pode estar relacionado a pandemia de COVID-19?
Os diversos impactos da doença provocada pelo novo coronavírus estão sendo estudados incansavelmente pelos profissionais, e algumas conclusões já estão sendo relatadas em diversos estudos ao redor do mundo.
Neste artigo, vamos analisar os principais aspectos que relacionam a pandemia da COVID-19 com as doenças mentais, como:
- O que se sabe até agora?
- Doenças mentais como fator de risco
- A relação entre as mudanças na rotina e as doenças mentais
- Como Melhorar a Saúde Mental durante a Pandemia
Boa leitura!
A pandemia de Covid-19 e as doenças mentais – O que se sabe até agora?
Por meio de uma nova pesquisa, cientistas da Universidade de Oxford descobriram que 18,1% dos pacientes que tiveram o novo coronavírus (Covid-19) sofreram com doenças mentais posteriormente à infecção.
O estudo, publicado na “Lancet Psychyatry”, analisou 236.379 pacientes, mostrando que uma em cada três pessoas que tiveram Covid-19 desenvolveu problemas neurológicos ou mentais em até seis meses após a cura.
Dentre os quadros desenvolvidos estão ansiedade, depressão, demência e outros distúrbios neurológicos.
Pessoas que tiveram formas mais graves tiveram sequelas ainda mais profundas, ainda de acordo com este mesmo estudo.
O levantamento foi desenvolvido com base em cerca de 70 milhões de registros de saúde nos Estados Unidos, incluindo mais de 62 mil casos de Covid-19, em que os pacientes não tiveram que ser internados e nem se apresentaram a um serviço emergencial.
Os cientistas ainda compararam se o resultado, no caso da Covid-19, era excessivo, checando a incidência de problemas mentais após outros tipos de ocorrências, como gripe, infecção respiratória, infecção de pele e cálculos biliares e renais.
No caso dessas outras doenças, em média, os danos à saúde mental foram constatados em 2,5% dos pacientes.
Doenças mentais como fator de risco
Outra descoberta possível por meio do estudo foi que as pessoas com um diagnóstico de saúde mental pré-existente teriam 65% mais chances de serem diagnosticadas com Covid-19.
Com base nisso, segundo os cientistas, é possível enxergar que problemas mentais podem ser um fator de risco.
Isto porque pessoas que são acometidas por doenças mentais acabam apresentando distúrbios fisiológicos sérios, e que afetam significativamente o sistema imunológico do paciente, tornando-o mais vulnerável ao novo coronavírus.
A relação entre as mudanças na rotina e as doenças mentais
O aumento dos sintomas psíquicos e dos transtornos mentais durante a pandemia pode ocorrer por diversas causas.
Dentre elas, podemos destacar:
- A ação direta do vírus da Covid-19 no sistema nervoso central;
- As experiências traumáticas associadas à infeção ou à morte de pessoas próximas;
- O estresse induzido pela mudança na rotina devido às medidas de distanciamento social ou pelas consequências econômicas;
- Mudanças na rotina de trabalho ou nas relações afetivas
- A interrupção de tratamento por dificuldades de acesso.
O distanciamento social alterou os padrões de comportamento da sociedade, com o fechamento de escolas, a mudança dos métodos e da logística de trabalho e de diversão, minando o contato próximo entre as pessoas, algo tão importante para a saúde mental.
O convívio prolongado dentro de casa aumentou o risco de desajustes na dinâmica familiar, somando-se a isso as reduções de renda e o desemprego, que pioram ainda mais a tensão sobre os membros da família.
Outro problema grave são as mortes de entes queridos em um curto espaço de tempo, juntamente à dificuldade para realizar os rituais de despedida, dificultando a experiência de luto e impedindo a adequada ressignificação das perdas, aumentando o estresse.
Como Melhorar a Saúde Mental durante a Pandemia
Mesmo diante de uma situação complicada e que exige muitos cuidados com relação a saúde física, é possível também tomar algumas medidas para preservar também a sua saúde mental.
Veja algumas delas:
- Planeje uma rotina mesmo que fique dentro de casa, mantendo horários regulares para se levantar e se deitar, além dos cuidados usuais e rotinas de alimentação;
- Evite ler ou ouvir demais sobre o tema, busque se informar sobre outros assuntos e evite notícias sensacionalistas ou que tragam ansiedade, usando as informações para planejar ações práticas.
- Identifique pensamentos intrusivos, repetitivos e catastróficos que levem à ansiedade e aceite que eles existem, mas que não necessariamente correspondem à realidade;
- Evite o uso de álcool, fumo ou drogas para aliviar a ansiedade ou sentimentos negativos;
- Faça atividades relaxantes como meditar, escutar música, assistir filmes, ler livros, fazer cursos online;
- Lembre-se de que as restrições impostas no momento são também para cuidar de você, de sua família e evitar contaminações;
- Se estiver em sofrimento intenso, busque ajuda profissional de psicólogos e psiquiatras: há profissionais e serviços disponíveis mesmo à distância.
Por mais que a pandemia tenha tido um grande impacto na vida das pessoas, ela vai passar.
E mesmo com algumas restrições ao convívio social e a necessidade de manter medidas e protocolos de segurança, é possível se preservar física e mentalmente diante deste cenário.
E no que precisar, com relação a exames e testes para COVID-19 e outros, pode sempre contar com o Senne Liquor Diagnóstico.