Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) – Aos 20 anos, Jason Becker, um dos maiores guitarristas virtuoses que decolou em sua carreira, foi diagnosticado com uma doença rara e sem cura, que fez com que deixasse o mundo da música em poucos anos.
Já o astrofísico e intelectual Stephen Hawking, também acometido pela mesma enfermidade, pode continuar seus trabalhos e trouxe grandes contribuições para a ciência, até sua morte em 2018.
E que doença é essa que eles têm em comum? A Esclerose Lateral Amiotrófica, ou ELA.
E neste artigo, em homenagem ao dia nacional da luta contra a ELA, vamos nos aprofundar mais sobre o assunto, explicando:
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- O que é Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?
- Principais Causas e Sintomas
- Como é Feito o Diagnóstico
- Tratamento para a Esclerose Lateral Amiotrófica
Uma boa leitura!
O que é Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)?
ELA é a sigla pela qual a doença esclerose lateral amiotrófica é mais conhecida, e que também pode ser chamada de doença do neurônio motor, doença de Charcot (descobridor da doença) e de doença de Lou Gehrig (famoso jogador de baseball americano que teve a doença).
Ela afeta diferentes partes da medula espinhal que, aos poucos, vai perdendo a capacidade de enviar os impulsos elétricos que saem do cérebro em direção ao corpo, fazendo com que ele possa se movimentar e funcionar de forma correta.
Essa é uma doença considerada degenerativa e, conforme os meses passam, os sintomas se agravam e a pessoa não consegue mais fazer movimentos simples, falar, engolir a comida e até mesmo respirar.
Mesmo com as limitações físicas, a pessoa com ELA continua com suas capacidades mentais inalteradas, mantendo as mesmas habilidades cognitivas e intelectuais.
Um exemplo disso é o astrofísico Stephen Hawking que, mesmo com ELA, foi capaz de elaborar inúmeras teorias sobre o surgimento do Universo.
A ELA é uma doença rara e sem cura, que pode fazer com que o paciente tenha uma morte prematura.
No entanto, com a ajuda de uma equipe médica de excelência, é possível viver com melhor qualidade de vida.
Principais Causas e Sintomas
Não se conhece a causa específica para a esclerose lateral amiotrófica. Alguns estudos buscam identificar se há uma causa genética, o que parece ser o caso em apenas 10% dos casos. Uma dieta rica em glutamato pode aumentar o risco do aparecimento da doença em pessoas predispostas, mas isso não ocorre na alimentação normal, tendo sido verificado apenas em algumas partes do mundo, como na Ilha de Guan no Pacífico.
Ela é uma doença relativamente rara (são registrados um ou dois casos em cada cem mil pessoas por ano, no mundo), que acomete mais os homens do que as mulheres, a partir dos 45/50 anos.
Com relação aos sintomas, podemos citar:
- Perda progressiva de força;
- Problemas com a coordenação motora;
- Fala que se torna arrastada ou passa a ser mais lenta do que o normal;
- Dificuldades para respirar e engolir;
- Dificuldade em realizar as tarefas simples do dia a dia;
- Engasgos constantes;
- Tremores;
- Cãibras;
- Espasmos musculares;
- Perda de sensibilidade no tato;
- Gagueira;
- Mudanças na voz;
- Dificuldade em manter a cabeça erguida e
- Perda de peso.
Como é feito o Diagnóstico?
A esclerose lateral amiotrófica é difícil de diagnosticar precocemente porque pode imitar outras doenças neurológicas.
Atualmente, o diagnóstico da Esclerose Lateral Amiotrófica segue uma recomendação internacional denominada Critérios de El Escorial. Para tanto o neurologista utiliza:
- História Clínica de fraqueza progressiva
- Exame Neurológico com evidência de:
- Evidência de fraqueza e perda de força;
- Atrofia muscular;
- Fasciculações;
- Reflexos vivos ou exaltados;
- Sensibilidade preservada.
- Exames de Eletroneuromiografia (cabeça, membros superiores, membros inferiores e músculos abdominais ou das costas);
- Exame de ressonância de encéfalo e coluna dorsal os quais são normais.
Outros exames podem ser utilizados apenas para descartar a esclerose lateral. Eles são solicitados, mas no geral são normais. Estes exames incluem:
- Exames de sangue e urina. Servem para afastar outras doenças que imitam a ELA;
- Punção lombar: pode ser útil na exclusão de condições inflamatórias, infiltrações neoplásicas ou infecções;
- Biópsia muscular: utilizada raramente quando há dúvida de miopatias.
De todos os exames, a eletroneuromiografia é o mais importante para o diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica.
Ela identifica a perda dos neurônios motores e demonstra a presença de denervação ou sinais de reinervação que são os responsáveis pela fraqueza.
O exame é realizado pelo neurofisiologista que precisa de experiência na identificação da doença.
Tratamento para a Esclerose Lateral Amiotrófica
O atual tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica visa ajudar a controlar os sintomas, prevenir complicações e facilitar o convívio com a doença, visto que a doença não tem cura.
Uma equipe integrada de médicos treinados em muitas áreas e outros profissionais de saúde pode gerenciar as seguintes abordagens de tratamento para prolongar sua sobrevivência e melhorar sua qualidade de vida.
Com relação a medicamentos, acredita-se que o riluzol reduza os danos aos neurônios motores, aumentando a sobrevida dos pacientes em 03-06 meses. Esse medicamento é disponibilizado pelo SUS.
No tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica, a fisioterapia desempenha um papel fundamental para melhorar a qualidade de vida do paciente.
Um fisioterapeuta pode recomendar exercícios que ajudem a fortalecer os músculos não afetados, prevenir espasticidade dolorosa e encurtamento (contratura) dos músculos, melhorar a saúde cardiovascular e combater a fadiga e a depressão.
Em especial a fisioterapia respiratória melhora a função global do indivíduo, além de aumentar a capacidade pulmonar e orientar/ajustar o suporte ventilatório para os pacientes.
Por fim, por mais que seja uma doença rara, relembrar a importância da luta contra a Esclerose Lateral Amiotrófica faz com que todos tenham consciência de que ela existe, e merece a atenção de todos.
Conte sempre com o Senne Liquor Diagnóstico.