Correlação entre a concentração de neurofilamento, contagem de bandas oligoclonais e outros parâmetros inflamatórios do liquor

Introdução

Em pacientes com Esclerose Múltipla, sabe-se que os processos inflamatórios e degenerativos estão interligados. No líquido cefalorraquidiano há marcadores de ambos os processos.

O objetivo deste estudo foi avaliar a correlação entre a concentração de neurofilamento de cadeia leve (NfL), um marcador de degeneração axonal, e parâmetros inflamatórios do liquor, em especial bandas oligoclonais (BOCs).

Métodos

Foram analisadas 17 amostras de liquido cefalorraquidiano com positividade na pesquisa de bandas oligoclonais (BOCs), de pacientes com hipótese diagnóstica de Esclerose Múltipla (EM).

Foram avaliados os seguintes parâmetros: celularidade, concentração de proteínas, pesquisa de BOCs por focalização isoelétrica e dosagem de NfL por ELISA (Uman Diagnostics®).

A verificação da normalidade na distribuição dos dados foi feita com o teste de Shapiro-Wilk e as correlações foram avaliadas com o teste de Spearman.

Veja também: Comparação dos níveis de neurofilamento de cadeia leve no líquor de pacientes com esclerose múltipla usando Natalizumabe e outros tratamentos: análise preliminar de 17 casos.

Resultados

Não houve correlação significativa entre a concentração de NfL e:

  • Contagem de BOCs (P=0,747),
  • Índice de IgG (P=0,198),
  • IgG no LCR (P=0,553),
  • IgG no soro (P=0,156),
  • Leucócitos no LCR (P=0,748),
  • Proteinorraquia (P=0,328).

Não houve correlação significativa entre a quantidade de BOCs e outros parâmetros inflamatórios:

  • Leucócitos (P=0,471),
  • IgG no soro (P=0,179),
  • IgG no LCR (P=0,675),
  • Índice de IgG (P=0,881).

Conclusão

  • O NfL avalia a degeneração axonal. A quantidade de BOCs possivelmente se associa com o número de clones de linfócitos B ativados. A ativação de um maior número de clones de linfócitos B poderia determinar a agressão a um número maior de antígenos e, consequentemente, maior lesão axonal.
  • Os dados deste estudo não corroboram essa hipótese, sugerindo que a ativação de um número maior de clones de linfócitos B pode estar relacionada à produção de anticorpos contra antígenos não necessariamente patogênicos na EM.

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