Dia Mundial da Esclerose Múltipla

Hoje é o Dia Mundial da Esclerose Múltipla.

Celebrada pela primeira vez em 2006, a data foi criada pela ABEM (Associação Brasileira de Esclerose Múltipla), com o objetivo de aumentar a visibilidade e conscientização sobre a Esclerose Múltipla, seus pacientes e os desafios enfrentados por eles no dia a dia.

E neste artigo, vamos esclarecer alguns pontos importantes sobre a doença, como:

 

  • O que é a esclerose múltipla?
  • Quais os sintomas? 
  • Papel do diagnóstico prévio
  • Relação da EM com o Liquor

 

Boa leitura!

O que é a esclerose múltipla?

 

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica, crônica, progressiva e autoimune, em que as células de defesa do nosso corpo atacam nosso próprio sistema nervoso – como se ele não pertencesse ao nosso organismo, causando lesões no cérebro e na medula.

A doença atinge mais de 30 mil pessoas no Brasil e cerca de 2,5 milhões em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial de Saúde.

Um fato importante a ser considerado é que a esclerose múltipla não é um tipo de demência, apesar de erroneamente existir o termo “esclerosado” para se referir a pessoas que apresentam distúrbios mentais.

Ela ainda não tem cura e acomete principalmente adultos jovens, em sua maioria mulheres, com pico de incidência dos 30 aos 40 anos. 

Segundo o especialista em liquor Carlos Senne, diretor-presidente do Senne Liquor Diagnóstico, a doença se revela em uma fase da vida na qual o sistema imunológico é forte, combatente e reage melhor às informações que o organismo dá com maior intensidade. 

“Na esclerose, a informação dada ao sistema imunológico é errada, mas a reação é mais rápida e intensa, por isso os surtos da doença podem ser mais severos na juventude”, explica o especialista.

A imprevisibilidade da Esclerose Múltipla (EM) tem sido vencida pelos avanços científicos nas áreas de diagnóstico e tratamento da doença, considerada de difícil avaliação. 

Quais os sintomas? 

 

Os sintomas indefinidos da esclerose múltipla, por vezes, começam muito antes de o problema ser diagnosticado. Os sintomas iniciais mais comuns são os seguintes:

  • Formigamento, dormência, dor, ardor e coceira nos braços, pernas, tronco ou face e, algumas vezes, uma menor sensibilidade ao toque
  • Perda de força ou destreza em uma perna ou mão, que pode se tornar rígida
  • Problemas com a visão

 

Com relação aos sintomas tardios, a esclerose múltipla geralmente afeta os nervos que controlam a micção ou evacuação. 

Como resultado, a maioria das pessoas com EM tem problemas em controlar a bexiga, como os seguintes:

  • Necessidade forte e frequente de urinar
  • Perda involuntária de urina (incontinência urinária)
  • Dificuldade para começar a urinar
  • Incapacidade de esvaziar completamente a bexiga (retenção urinária)

 

Papel do diagnóstico precoce

 

Por conta dos sintomas semelhantes aos de outras doenças, a EM tem no exame de liquor um excelente método de diagnóstico, pois pode demonstrar a existência de intensa atividade imunológica com produção de anticorpos intratecais.

O diagnóstico precoce da Esclerose Múltipla é determinante para o tratamento da doença, pois, reconhecer os sintomas da Esclerose Múltipla não é fácil, já que as alterações neurológicas reagem em diversas partes do corpo, causando alterações visuais, desequilíbrio e perda de sensibilidade. 

“Os sintomas da EM se parecem com muitas doenças nutricionais, vasculares e infecciosas, o que leva muitos pacientes a procurarem oftalmologistas, ortopedistas, nunca um neurologista em primeiro lugar”, diz Senne.

E é por isso que a melhor maneira de diagnosticar precocemente a esclerose múltipla é através de exames de liquor.

Relação da EM com o Liquor

 

O dado liquórico mais importante e útil no diagnóstico da EM é a presença de bandas oligoclonais, que ocorre em mais de 90% dos casos.

De acordo com os novos critérios de 2017, a presença de duas ou mais bandas oligoclonais (BOCs) em liquor, na ausência de BOCs em soro, em pacientes com síndrome clinicamente isolada (CIS), pode servir como elemento confirmatório do diagnóstico de EM, mesmo na ausência de disseminação no tempo.

Tal modificação dos critérios contribui para o diagnóstico mais precoce. Além disso, a presença de BOCs em liquor é um dos critérios confirmatórios para o diagnóstico da forma progressiva primária da EM.

A pesquisa de BOCs tem sido também na avaliação prognóstica, visto que há relação entre a presença e a quantidade de BOCs no LCR e o risco de desenvolvimento de EM, em pacientes com CIS e com RIS. 

O Senne Liquor Diagnóstico realiza o exame de pesquisa de BOCs no LCR desde 1980, tendo sido pioneiro no Brasil na implantação da técnica de focalização isoelétrica, analisando cerca de 10 mil amostras nos últimos anos.

Além desta pesquisa , o Senne Liquor Diagnóstico realiza marcadores quantitativos de imunoprodução intratecal, como o índice de IgG e o nomograma de Reiber.

O Senne Liquor Diagnóstico contribui cientificamente no desenvolvimento de novos marcadores no LCR na EM, através de projeto de pesquisa para dosagem de neurofilamentos de cadeia leve (NfL) e da avaliação do teste de detecção das cadeias kappa-lambda no LCR. 

Com os avanços nos estudos e diagnósticos da esclerose múltipla, muitos que são acometidos pela doença estão conseguindo manter uma boa qualidade de vida e sendo direcionados para melhores tratamentos.