Dor de Cabeça: tipos, causas e tratamentos

Se você acordou com dor de cabeça, ou de repente começou a sentir isso durante o dia, ou até mesmo antes de dormir, saiba que, apesar de comum, as causas e tipos de dores de cabeça são diferentes.

A dor de cabeça, ou cefaleia, pode ser um sintoma de inúmeras diferentes enfermidades. Pode se originar por uma mudança repentina na rotina, uma noite mal dormida, ou até mesmo uma predisposição genética.

Veja neste artigo quais são os principais tipos de cefaleia, suas causas e como você pode evitá-las.

Principais tipos de dor de cabeça

Existem mais de 200 tipos de dores de cabeça. Apresentamos abaixo algumas das mais importantes e como se manifestam. Mas antes, vamos falar sobre uma questão muito importante: quando a dor de cabeça pode ser sinal de uma doença grave!

As cefaleias são divididas em dois grandes grupos: as cefaleias primárias e as cefaleias secundárias. As primárias são cefaleias que não são causadas por doenças estruturais (lesões cerebrais ou dos vasos), e, consequentemente, os exames (como tomografia, ressonância e liquor) são normais. 

As cefaleias primárias decorrem de alterações da função do cérebro, e não de alterações anatômicas do mesmo.

As cefaleias secundárias constituem numericamente a minoria das cefaleias. São chamadas de secundárias, pois são decorrentes de outras doenças. Assim a cefaleia é, nestes casos, um sintoma de uma outra doença. Por exemplo, alguém tem um traumatismo craniano e a cabeça dói. A causa é o traumatismo. A cefaleia é secundária ao traumatismo. 

Assim sendo, na grande maioria das vezes, os exames não ajudam a fazer o diagnóstico, visto que a maior parte dos pacientes têm cefaleias primárias, como a enxaqueca e a cefaleia tensional.

Como saber se a dor de cabeça pode ser uma cefaleia secundária e se exames devem ser feitos?

Os estudos mostram que pacientes que têm cefaleias decorrentes de doenças graves possuem algumas características próprias, que chamamos de “sinais de alerta”. Na presença de algum sinal de alerta, há maiores chances de ser uma cefaleia secundária. O questionário abaixo ajuda a identificar se há sinais de alerta:

1)    Você começou a ter dor de cabeça após os 50 anos? A-sim, B-não

2)    Você começou a ter dor de cabeça há menos de 3 meses? A-sim, B-não

3)    A dor de cabeça vem piorando progressivamente ao longo das últimas 4 semanas? A-sim, B-não

4)    A dor de cabeça é inédita e teve início de repente e de forma explosiva (ou seja, desde o princípio já atingiu a intensidade máxima)? A-sim, B-não

5)    A dor de cabeça está acompanhada de febre? A-sim, B-não

6)    Você tem diagnóstico de câncer ou de infecção pelo vírus HIV? A-sim, B-não

7)    A dor de cabeça veio acompanhada de sintomas como:

7.1)    Paralisia de um lado do corpo? A-sim, B-não

7.2)    Visão dupla? A-sim, B-não

7.3)    Perda da visão de um ou ambos os olhos? A-sim, B-não

7.4)    Perda de coordenação motora? A-sim, B-não

Se você respondeu SIM a pelo menos uma das perguntas acima, exames devem ser feitos com o intuito de afastar que seja uma cefaleia secundária a alguma outra doença. 

Caso contrário, a cefaleia é provavelmente primária e o diagnóstico será feito pelas características clínicas da dor de cabeça e não por exames (não deixe de confirmar isso com seu médico!!). 

Portanto, se não há nenhum sinal de alerta, o próximo passo é avaliar junto ao especialista qual a causa da sua cefaleia primária e começar um tratamento, visando uma melhor qualidade de vida.

Cefaleia do tipo tensional

A cefaleia tensional (cujo nome mais preciso é cefaleia do tipo tensional) é a forma mais comum de dor de cabeça, sendo chamada às vezes, de forma equivocada, de dor de cabeça comum. Ela pode variar de uma cefaleia leve e pouco incômoda até um quadro em que ocorre diária ou quase diariamente, causando impacto na qualidade de vida.

A crise de cefaleia tensional pode durar de 30 minutos até vários dias. A dor geralmente ocorre em ambos os lados da cabeça, em peso ou pressão, não latejante. 

A dor normalmente não se agrava com as atividades de rotina, não está acompanhada de náuseas, vômitos, nem de sensibilidade à luz. Muitas vezes está associada a dor à palpação dos músculos ao redor da cabeça e pescoço.

Com relação à sua frequência, pode ser dividida em cefaleia tensional episódica (menos de 15 dias por mês) ou crônica (mais de 15 dias por mês). O diagnóstico é essencialmente clínico, sendo que nenhum exame aponta anormalidades características. Muitas vezes é difícil distinguir a cefaleia tensional da enxaqueca, sendo que somente a descrição precisa dos sintomas permite diferenciar estas duas formas distintas de cefaleia.

A cefaleia tensional tem causa multifatorial. Um dos elementos parece ser uma sensibilidade exagerada do cérebro à dor. Nosso cérebro tem áreas que regulam a intensidade da dor. Acredita-se que algumas destas partes do cérebro tenham um funcionamento reduzido na cefaleia tensional. 

Outro fator parece ser a presença de gatilhos em regiões da cabeça e pescoço. Estes gatilhos podem ser musculares ou osteoarticulares. A existência destes gatilhos em pessoas com cérebro mais sensível à dor poderia deflagrar a cefaleia tensional. 

Por fim, acredita-se que fatores psíquicos possam contribuir para a ocorrência de cefaleia tensional, tanto por aumentar os gatilhos (tensão muscular, por exemplo), quanto por aumentar a sensibilidade do cérebro à dor. 

Pessoas com depressão e ansiedade têm maior sensibilidade à dor e maior chance de ter cefaleia tensional.

O tratamento das crises de cefaleia pode ser feito com analgésicos comuns ou anti-inflamatórios. Medidas não medicamentosas, como fazer exercícios físicos, massagem ou meditação, podem também contribuir para aliviar a dor. 

O tratamento preventivo inclui medidas que promovam mudanças no estilo de vida (ver “Orientações sobre estilo de vida e cefaleia”) e, eventualmente, nos casos crônicos, o uso de determinados antidepressivos. 

Além disso, é preciso também adotar medidas para o tratamento dos transtornos de humor e de ansiedade, quando presentes. Se houver transtornos do sono associados, estes também devem ser adequadamente diagnosticados e tratados. 

A associação de todas estas medidas permite uma significativa melhora na qualidade de vida de pessoas que sofrem de cefaleia tensional.

Enxaqueca

Enxaqueca é uma disfunção neurológica em que o cérebro reage de forma anormal a certos estímulos vindos do meio ambiente (por exemplo, alimentos, álcool, odores, etc) ou estímulos originados no próprio organismo (por exemplo, mudanças hormonais, estresse, falta de sono, etc). 

A enxaqueca afeta cerca de 12-15% da população adulta, sendo esta proporção maior entre as mulheres. Crianças podem sofrer de enxaqueca, sendo esta a causa mais comum de dor de cabeça na infância. Muita vezes ocorre a melhora dos sintomas após os 50-55 anos.

A predisposição a ter enxaqueca é genética. Em algumas formas de enxaqueca, o gene responsável já foi identificado. Além da comprovação genética, há também a comprovação epidemiológica. Estudos epidemiológicos mostram que filhos de pais com enxaqueca têm mais chance de ter o problema, indicando o aumento de chance através da hereditariedade. Assim, indivíduos que têm esta predisposição genética, quando são expostos a fatores externos e endógenos citados acima, desenvolvem as crises de enxaqueca.

A enxaqueca é uma disfunção do cérebro. Quem tem predisposição genética possui alterações químicas no cérebro, com níveis alterados de substâncias químicas chamadas neurotransmissores. 

Estas substâncias não podem ser medidas no sangue. Portanto, trata-se de uma disfunção química cerebral que não é detectável nos exames que dispomos hoje e, por isso, os exames de imagem, como tomografia e ressonância, são normais.  

Portanto, o diagnóstico da enxaqueca é clínico e não é feito por meio de exames complementares. O principal elemento para o médico estabelecer o diagnóstico é a história dos sintomas, relatada pelo paciente.

A partir do momento que este diagnóstico é feito, o próximo passo é definir o tratamento. Basicamente, o tratamento consiste em três elementos: o tratamento das crises, o tratamento preventivo não farmacológico e o tratamento preventivo farmacológico.

O tratamento das crises é feito com analgésicos, anti-inflamatórios e/ou outros medicamentos específicos, como a ergotamina e os triptanos. O importante é nunca usar da automedicação sem orientação, o que infelizmente é muito comum.

O tratamento preventivo não farmacológico pode ser consultado em “Orientações sobre estilo de vida e CEFALEIA”, e incluem atividade física e hábitos alimentares, entre outros.

O tratamento preventivo farmacológico é feito com medicamentos que aumentam o limiar do cérebro aos gatilhos. Em outras palavras, o cérebro fica menos sensível e com isso a frequência de crises diminui.

Não existe um padrão único de tratamento, de forma que o medico deverá escolher o remédio de acordo com as características individuais. O tratamento preventivo farmacológico está geralmente indicado para quem tem mais de duas crises por mês ou para quem tem crises muito incapacitantes. 

A redução da frequência das crises geralmente começa a ser verificada 3 a 5 semanas após o início dos medicamentos convencionais e na segunda semana, no caso dos novos medicamentos. Com o adequado tratamento, pode-se obter redução de pelo menos 50-60% das crises e diminuição de intensidade das mesmas.

Cefaleia em salvas

A cefaleia em salvas é uma condição rara, que atinge cerca de 2 em cada 1000 indivíduos, e que provoca uma das dores mais intensas que pode se manifestar no ser humano.

Os sintomas são caracterizados por uma dor de um lado da cabeça, em geral ao redor do olho, podendo se espalhar para a têmpora. Este episódio de dor em geral ocorre em um momento mais ou menos constante do dia, muitas vezes acordando o paciente à noite. 

A dor atinge sua intensidade máxima em cerca de 5-10 minutos e a crise termina em até 3 horas, mais frequentemente após 30 a 60 minutos. 

Estas crises podem manifestar-se desde uma vez a cada 2 dias, chegando até 8 crises no mesmo dia. Em 80% dos pacientes as crises manifestam-se em “salvas”, ou seja, eles estão presentes por um período de 4 a 12 semanas e depois desaparecem por completo por meses ou mesmo anos. 

Quando ocorrem estes períodos em que o paciente fica livre de crises, chamamos o quadro de cefaleia em salvas episódica. Cerca de 20% dos pacientes têm cefaleia em salvas crônica e, neste caso, não há intervalos livres de crises.

Além da dor bastante característica, as crises de cefaleia em salvas são acompanhadas de sintomas que chamamos de autonômicos, que são: escorrimento nasal, olho vermelho, queda da pálpebra, sudorese e vermelhidão na face. Estes sintomas autonômicos ocorrem do mesmo lado da dor.

A cefaleia em salvas é mais comum em homens do que em mulheres e é mais comum também em fumantes. Há também uma relação com o consumo de álcool. No período das salvas, a ingestão de bebidas alcoólicas pode deflagrar crises. Geralmente ocorre em pessoas acima dos 20 anos de idade. 

Embora não seja uma doença hereditária, existe maior chance de apresentar o problema se há outros casos na família.

O diagnóstico é feito pelos sintomas, não havendo nenhum exame capaz de identificar a cefaleia em salvas. Os exames de imagem (tomografia e ressonância) são normais e, quando solicitados, servem somente para afastar outras causas.

O tratamento da cefaleia em salvas visa aliviar os ataques e interromper o período de salvas. Não há ainda um tratamento para a cura da cefaleia em salvas, mas se o paciente é diagnosticado corretamente e submetido rapidamente ao tratamento, ele pode interromper o período de salvas e ficar meses, ou até anos, assintomático. 

Portanto, o tratamento alivia drasticamente os terríveis sintomas da cefaleia em salvas.

ORIENTAÇÕES SOBRE ESTILO DE VIDA E CEFALEIA

A maior parte das cefaleias, como a cefaleia tensional e a enxaqueca, decorre de uma combinação entre fatores biológicos (do próprio organismo) com fatores ambientais. A presença de um determinado fator ambiental para uma pessoa susceptível pode deflagrar uma crise. 

Por exemplo, ficar muito tempo em jejum pode deflagrar uma crise de enxaqueca em uma pessoa que tenha de antemão uma predisposição genética à enxaqueca. 

Outro exemplo, uma situação de estresse pode deflagrar uma crise de cefaleia em uma pessoa que previamente seja portadora de cefaleia tensional ou enxaqueca.

Por esse motivo, compreender e conhecer quais fatores podem desencadear crises de cefaleia em uma pessoa pode contribuir significativamente para a sua melhora. Tendo isso em mente, podemos chamar estes fatores ambientais de gatilhos. 

Para melhor entender o papel dos gatilhos e melhor controlá-los, algumas informações são importantes:

1)    Os gatilhos são individuais. Algo que provoque dor de cabeça em uma pessoa pode não ter qualquer efeito negativo sobre outra.

2)    Os gatilhos causam cefaleia após exposição. Se alguém tem cefaleia por algum gatilho específico, por exemplo, algum alimento, a cefaleia ocorrerá logo após (minutos a horas) após a ingestão daquele alimento. Portanto, somente o conhecimento de como o seu próprio organismo reage aos potenciais gatilhos é que vai dizer se determinado fator é ou não um gatilho para você.

3)    Se algum fator é um gatilho para você, significa que seu cérebro é particularmente sensível àquele gatilho. Portanto, o problema não é necessariamente o gatilho, mas sim, a forma como o cérebro reage demasiadamente àquele gatilho. Portanto, se você tem cefaleia a partir de algum alimento e fizer um tratamento adequado, seu cérebro pode ficar menos sensível e você poderá ingerir este alimento sem ter crises de cefaleia.

Portanto, compreender os gatilhos não é elaborar uma lista de coisas proibidas, mas sim uma forma de compreender os fatores associados à cefaleia e como os mesmos podem ser controlados para assegurar uma melhor qualidade de vida.

Quais são os principais gatilhos?

Estresse:

O estresse é o principal gatilho de crises de enxaqueca e cefaleia tensional. Portanto, o controle do estresse é um fator fundamental para reduzir a frequência de crises destes tipos de cefaleia. 

Mudanças no estilo de vida, como a prática regular de exercícios físicos podem contribuir muito, porém, muitas vezes, para auxiliar na redução do estresse é necessário um auxílio profissional de um psicólogo.

Jejum prolongado:

O jejum é um dos gatilhos mais frequentes para enxaqueca. Na correria da vida moderna, muitas vezes atrasamos o horário das refeições ou mesmo deixamos de fazê-las. Para minimizar este gatilho é importante fazer as 3 grandes refeições e ingerir alimentos leves entre as mesmas, nunca ficando mais do que 4 horas sem alimentar-se.

 Alimentos:

Embora alguns alimentos possam provocar crises de enxaqueca, não precisamos estabelecer uma dieta excessivamente restritiva para tratar a enxaqueca. Precisamos de uma dieta equilibrada. Devemos conhecer se algum alimento provoca crises e a melhor maneira é a auto-observação. 

Algumas pessoas referem que chocolate pode causar cefaleia, contudo, hoje se discute se o chocolate causa a crise ou se a vontade de comer chocolate já é sintoma da crise de enxaqueca. 

Além do chocolate outros alimentos podem ser descritos como gatilhos, tais como: carnes em conserva, queijos envelhecidos, frutas cítricas. 

Também nestes casos a auto-observação é muito importante, sempre buscando o equilíbrio, lembrando sempre que o tratamento preventivo da enxaqueca tem como objetivo melhorar a qualidade de vida e não impor a restrição alimentar.

Alguns alimentos que podem deflagrar crises são de fato de baixo valor nutricional, como frituras e refrigerantes (em especial à base de cola) e devem ser evitados.

Bebidas alcoólicas:

É sabido que ingerir álcool em excesso pode causar dor de cabeça. Para quem sofre de enxaqueca isso é ainda mais relevante. 

No caso das bebidas alcoólicas a auto-observação também é fundamental. Identificar os tipos de bebidas que atuam como gatilho pode contribuir para permitir um consumo moderado (uma a duas taças por dia). Doses mais altas devem ser sempre evitadas.

Café:

O consumo moderado de café (cerca de 3 a 5 doses ao dia) está associado a benefícios para a saúde, incluindo a redução de problemas cardíacos e de AVC. O café em si pode também trazer alívio da cefaleia, tanto que muitos analgésicos vendidos nas farmácias contém cafeína. 

Por outro lado, pessoas habituadas a ingerir grandes quantidades de café podem experimentar dor de cabeça por abstinência de cafeína, quando interrompem seu consumo. Portanto, o consumo moderado de café é aceitável e o consumo excessivo deve ser evitado.

Sono e fadiga:

A falta de sono, dormir em excesso e fadiga podem provocar dor de cabeça. Portanto, recomenda-se uma rotina de sono constante para quem sofre de cefaleia, não variando muito os horários de dormir e de acordar. 

Dormir após o almoço nos finais de semana também pode deflagrar crises de cefaleia, devendo também ser evitado. Uma rotina saudável de sono e tratar distúrbios de sono são elementos importantes na prevenção da cefaleia.

Fatores climáticos e ambientais:

O número de atendimentos para crises de enxaqueca tende a aumentar no verão. O calor pode ser um gatilho de cefaleia e uma das causas disso pode ser a maior perda de líquidos. Portanto, a ingestão adequada de líquidos, em maior quantidade no verão, é um fator importante na prevenção das cefaleias.

Dentre os fatores ambientais, certos odores, incluindo perfumes e substâncias químicas, podem deflagrar crises de enxaqueca. 

Observe se você tem crises sempre quando entra no mesmo ambiente ou quando se aproxima de alguém que usa determinado tipo de perfume. É possível que o tipo de perfume, por exemplo, com odor mais adocicado, seja o gatilho. Pequenas alterações na rotina podem muitas vezes evitar estes tipos de gatilhos.

Conclusão

A cefaleia é portanto um sintoma comum a diversas enfermidades.  Em muitos casos, o uso de medicamentos comuns, como analgésicos, são o suficiente para amenizar a dor.

Contudo, é importante frisar que a cefaleia pode ser sinal de uma doença mais grave e que a automedicação pode mascarar um diagnóstico necessário. Além disso, analgésicos tem efeitos adversos e devem ser usados com orientação médica. Por fim, o tratamento preventivo traz uma significativa melhora da qualidade de vida.

Se você sofre com cefaleia, procure um neurologista. Ele é o especialista capacitado a diagnosticar e tratar sua cefaleia, não deixando que ela interfira nos momentos importantes da sua vida!

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