Exame (Nomenclatura Senne) Brucelose IgM
Sinonímias
Pesquisa de Brucella sp
Exames Correlacionados
NA
Indicações
A brucelose é uma patologia febril aguda, causada por bactérias do gênero Brucella sp. Esta zoonose pode afetar qualquer órgão e sua contaminação se dá geralmente por ingestão de alimentos contaminados de origem animal. É associada à contaminação ocupacional em veterinários, fazendeiros, açougueiros e trabalhadores do campo. Os processos infecciosos podem ser subclínicos e raramente são crônicos.
Sua interpretação pode ser complicada pela presença de infecções subclínicas e níveis persistentes de anticorpos. Títulos IgG específicos crescentes na presença de títulos IgM específicos praticamente estabelecem o diagnóstico.
O diagnóstico da neurobrucelose humana geralmente se baseia na detecção de anticorpos contra o lipopolissacarídeo de Brucella (LPS) no líquido cefalorraquidiano (LCR) através de testes de aglutinação ou ensaio imunossorvente ligado a enzima
(ELISA).
Aqui citamos a detecção de imunoglobulina G (IgG) para de Brucella spp. por ELISA e Western blotting em sete amostras de LCR de cinco pacientes com neurobrucelose. Os IgG foram encontrados no LCR (títulos de 200 a 12.800).
Não foram detectados anticorpos nas amostras de LCR de dois pacientes que tiveram brucelose sistêmica sem envolvimento neurológico. Nenhuma reatividade a estes foram encontrados antígenos nas amostras de LCR de 14 e 20 pacientes que sofriam de meningite não-brucelar e doenças não infecciosas, respectivamente.
Esses achados sugerem que, além de sua utilidade na detecção sorológica diagnóstico da brucelose sistêmica humana, o ELISA com antígeno CP pode ser usado para o diagnóstico específico de neurobrucelose humana.
A infecção bacteriológica com manifestações neuropsiquiátricas deve levar a uma investigação cuidadosa e a brucelose deve ser considerada se houver um histórico de viagens possivelmente compatível com o contato com animais domésticos ou com a ingestão de laticínios não pasteurizados.
A brucelose é uma zoonose, derivando virtualmente todas as infecções humanas de contato direto ou indireto com a infecção animal. O gênero Brucella é composto atualmente por sete espécies: Brucella melitensis, Brucella suis, Brucella abortus, Brucella ovis, Brucella neotomae, Brucella canis e, mais recentemente, Brucella maris. A brucelose humana pode ser causada por uma de quatro espécies: Brucella melitensis, ocorrendo mais frequentemente na população geral, sendo mais invasiva e patogênica e cujos reservatórios são as cabras, as ovelhas e os camelos; Brucella abortus, presente no gado bovino; Brucella suis e Brucella canis, transmitidas pelos suínos e pelos cães, respectivamente.
A brucelose tornou-se uma doença ocupacional para agricultores, veterinários, trabalhadores dos centros de abate e técnicos de laboratório. As vias de transmissão humana incluem o contato direto com animais ou o contato com as suas secreções, através de soluções de continuidade cutâneas, aerossóis contaminados, inoculação no saco conjuntival ou ingestão de produtos não pasteurizados. O diagnóstico baseia-se na detecção de títulos elevados ou da subida de título de anticorpos específicos, existindo diversos testes sorológicos disponíveis.
Os testes ELISA podem detectar imunoglobulinas específicas com sensibilidades que variam entre 93 e 97%, com uma especificidade de 98%. Uma boa correlação foi obtida entre os níveis de IgM e os títulos de aglutinação sérica, bem como os níveis de IgG com o teste de Coombs e a fixação do complemento. Isso indica que as concentrações de IgM são maiores na fase aguda da doença do que nas recidivas e nas fases crônicas, nas quais a predominância de anticorpos é devida à IgG. Embora alguns autores postulem o contrário, os anticorpos da classe IgM não aumentam significativamente em casos de nova recaída ou re-infecção. A IgM pode ser detectada com títulos decrescentes por cerca de 8-10 meses.
Nos casos que evoluem para a cura, a IgG específica pode ser detectada com títulos progressivamente decrescentes de aproximadamente 30 meses, permanecendo apenas estáveis e elevados ou aumentam nos casos de reinfecção ou recaída.
Orientações e Preparo do Paciente
Não há nehuma orientação especifica.
Não é necessário jejum.
Material de Coleta e Recipiente
Tubo estéril (sem aditivos ou anticoagulantes)
Instruções de Coleta
Coleta de líquor deve ser realizada por médico treinado.
Sempre observar se há contra-indicações para a coleta do LCR: Alteração no coagulograma, uso de medicações anticoagulantes, Hipertensão intra-craniana, infeções no local do procedimento, agitação psicomotora do paciente.
Amostra deve ser armazenada de acordo com Acondicionamento para transporte
Volume Necessário
1,0 mL
Volume Mínimo
0,5 mL
Acondicionamento da amostra para transporte
Temperatura ambiente: Não aceitável. Refrigerado entre 2o e 8o C: Até 5 dias. Congelado a -20°C: 30 dias.
Metodologia
Enzimaimunoensaio
Restrição operacional
NA
Interpretação Clínica
Interpretação pode ser complicada pela presença de infecções subclínicas e níveis persistentes de anticorpos. Títulos IgG específicos crescentes na presença de títulos IgM específicos praticamente estabelecem o diagnóstico.
Contudo, devido ao fato de que a sorologia é geralmente realizada tardiamente, é difícil a observação de títulos IgG crescentes.
De toda forma, títulos altos persistentes podem diagnosticar a doença crônica, e aumento de títulos IgG pode estar associado à recidiva. Casos de tularemia podem estar associados à presença de altos títulos de anticorpos anti-Brucella.
Valor de Referência
Negativo / Não reagente
Prazo de Liberação
22 dias úteis
Disponibilidade
24h
Referências Bibliográficas
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3. Araj GF. Update on laboratory diagnosis of human brucellosis. International Journal of Antimicrobial Agents 36S 2010 S12-S17. Buzgan T, Karahocagil MK, Irmak H, Baran AI, Karsen H, Evirgen O, Akdeniz H. Clinical manifestations and complications in 1028 cases of brucellosis: a retrospective evaluation and review of the literature. Int J Infect Dis. 2010 Jun;14(6):e469-78. Epub 2009 Nov 11
4. Gloeb DJ, Lupi C, O'Sullivan MJ. Neurobrucellosis complicating pregnancy: a case report. Infect Dis Obstet Gynecol. 1994;1(6):285–289. doi:10.1155/S1064744994000268
5. Baldi PC, Araj GF, Racaro GC, Wallach JC, Fossati CA. Detection of antibodies to Brucella cytoplasmic proteins in the cerebrospinal fluid of patients with neurobrucellosis. Clin Diagn Lab Immunol. 1999;6(5):756–759.