Exame (Nomenclatura Senne) JC/BK Vírus (PCR Quantitativo)

Sinonímias

Pesquisa de John Cunningham vírus, Pesquisa de polioma vírus, Pesquisa de BKV

Exames Correlacionados

NA

Indicações

Indicações: Detecção de DNA dos vírus JC (John Cunningham vírus) e BK no sistema nervoso central .
A suspeita clínica e a possibilidade de se realizar o diagnóstico definitivo e precoce de uma infecção por poliomavírus são fundamentais para definir a sua terapêutica e prognóstico.

Os vírus JC e BK podem causar infecção no sistema nervoso central como encefalites e leucoencefalopatia multifocal progressiva (LEMP).

O vírus BK acomete principalmente crianças. Aproximadamente 90% dos pacientes pediátricos já entrou em contato com o vírus BK até os 5 anos de idade. O trato urinário é acometido com maior frequência e pode causar cistite hemorrágica, nefropatias e câncer de bexiga.

O vírus JC é um poliomavírus (gênero Polioma), da família Papovaviridae, não envelopado. Possui capsídeo icosaédrico e contém pequena e circular dupla fita de DNA.

A infecção primária ocorre na primeira infância, com uma prevalência superior a 80%. (1) O vírus é latente, mas pode reativar-se em pacientes imunossuprimidos, especialmente aqueles com AIDS.
O JCV é reconhecido como o agente etiológico da leucoencefalopatia multifocal progressiva (LMP), uma doença desmielinizante fatal do sistema nervoso central. O exame histológico do tecido da biópsia cerebral pode revelar alterações patológicas características localizadas principalmente em oligodendrócitos e astrócitos. A detecção do DNA do JCV por PCR (gene-alvo, antígeno T grande) nas amostras de líquido cefalorraquidiano de pacientes com suspeita de infecção por PML substituiu a necessidade de tecido de biópsia para diagnóstico laboratorial. É importante ressaltar que o teste de PCR é específico sem cruzamentos. reação com o vírus BK, um poliomavírus intimamente relacionado.
O vírus JC pode infectar qualquer célula dos mamíferos. Entretanto, a replicação viral é restrita a células da glia e células linfóides da linhagem B, devido à limitação intranuclear específica da célula que irá promover o tropismo do vírus.

A transmissão do vírus JC não é totalmente compreendida, aproximadamente 80 a 90% da população adulta possui anticorpos específicos contra o vírus JC. A infecção ocorre durante a infância e, geralmente, não há manifestação clínica, podendo ocorrer inflamação do trato respiratório superior.

O JC vírus pode ser encontrado na urina e os rins são os principais órgãos de persistência do vírus na forma latente. O aparecimento do vírus da latência está associado à Leucoencefalopatia Multifocal Progressiva (doença desmielinizante fatal do SNC) que se caracteriza por múltiplos focos de desmielinização causada pela infecção lítica dos oligodendrócitos (células que produzem a mielina do SNC). Indivíduos com comprometimento imunológico são suscetíveis de desenvolver tal patologia, como pacientes com doenças linfoproliferativas e doenças granulomatosas (como a sarcoidose), pacientes com HIV, pacientes em terapia imunossupressora pós-transplante, pacientes em tratamento quimioterápico e ainda pacientes com doenças autoimunes como Esclerose Múltipla e Doença de Crohn.

Orientações e Preparo do Paciente

Não há nenhuma orientação especifica.
Não é necessário jejum.

Material de Coleta e Recipiente

Tubo estéril (sem aditivos ou anticoagulantes)

Instruções de Coleta

Coleta de liquor deve ser realizada por médico treinado.
Sempre observar se há contraindicações para a coleta do LCR: Alteração no coagulograma, uso de medicações anticoagulantes, Hipertensão intracraniana, infeções no local do procedimento, agitação psicomotora do paciente.

Amostra deve ser armazenada de acordo com Acondicionamento para transporte.

Volume Necessário

1,5 mL

Volume Mínimo

1,5 mL

Acondicionamento da amostra para transporte

Resfriado de 2° a 8°C: até 3 dias
Congelado a -20ºC: até 60 dias (preferência)

Metodologia

PCR em Tempo Real

Restrição operacional

NA

Interpretação Clínica

Positivo: Detecção do JC/BK vírus

A detecção do DNA do vírus JC apoia o diagnóstico clínico de leucoencefalopatia multifocal progressiva devido ao JC vírus

Um resultado negativo não descarta a possibilidade de infecção pelo vírus JC (JCV).



O intervalo de referência no líquido cefalorraquidiano é "negativo" para este ensaio, embora o DNA da JCV possa ser detectável na ausência de sintomas clínicos em certas populações de pacientes. No entanto, esse ensaio deve ser utilizado apenas em pacientes com doenças neurológicas apropriadas. e características neurorradiológicas da leucoencefalopatia multifocal progressiva, e não é indicado para a triagem de pacientes assintomáticos.

Valor de Referência

Negativo

Prazo de Liberação

São Paulo: 5 dias úteis. Campinas: 7 dias úteis

Disponibilidade

24h

Referências Bibliográficas

1. Ferenczy MW, Marshall LJ, Nelson CD, et al. Molecular biology, epidemiology, and pathogenesis of progressive multifocal leukoencephalopathy, the JC virus-induced demyelinating disease of the human brain. Clin Microbiol Rev. 2012;25(3):471–506. doi:10.1128/CMR.05031-11

2. Tan CS, Koralnik IJ. Progressive multifocal leukoencephalopathy and other disorders caused by JC virus: clinical features and pathogenesis. Lancet Neurol. 2010;9(4):425–437. doi:10.1016/S1474-4422(10)70040-5

3. Bogdanovic G, Priftakis P, Hammarin AL, et al. Detection of JC virus in cerebrospinal fluid (CSF) samples from patients with progressive multifocal leukoencephalopathy but not in CSF samples from patients with herpes simplex encephalitis, enteroviral meningitis, or multiple sclerosis. J Clin Microbiol. 1998;36(4):1137–1138.

4. 1. Safak M, Khalili K: An overview: human polyomavirus JC virus and its associated disorders. J Neurovirol 2006;9 Suppl 1:3-10