O que são doenças desmielinizantes?

Você sabe o que são doenças desmielinizantes?

Apesar do termo não ser muito comum, é bem provável que você já tenha ouvido falar, por exemplo, sobre esclerose múltipla.

E reservamos este artigo para você se aprofundar mais sobre esse assunto. Veja o que você irá aprender:

  • Entendendo o conceito de doenças desmielinizantes
  • Exemplos de doenças desmielinizantes
    • Esclerose Múltipla
    • Mielite transversa
    • Doença de Denvic
  • A importância do diagnóstico precoce

Vamos lá?

Entendendo o conceito de doenças desmielinizantes

Para entender melhor como essas doenças se manifestam, vamos explicar alguns aspectos estruturais dos neurônios e o que acontece com eles nesses casos.

Eles são os responsáveis por fazer a conexão entre os tecidos e órgãos do corpo com o cérebro, que envia sinais através de cargas elétricas, regulando e mantendo todo o sistema em equilíbrio.

Uma parte do neurônio é conhecida como bainha de mielina, que nada mais é do que um revestimento do “fio condutor” conhecido como axônio.

Ela é composta de proteínas, e sua principal função é proteger o axônio, fazendo com que as cargas elétricas enviadas pelo cérebro possam percorrer pelo neurônio, até seu caminho final.

Pense numa rede elétrica, em que os fios estão ligados a uma central de energia que distribui para uma determinada região: neste caso, a central seria como o cérebro e os fios, por sua vez, os neurônios.

Agora, imagine que, por falta de manutenção ou pelo uso de fios de baixa qualidade, o revestimento isolante dos cabos condutores começa a descascar, deixando-os expostos ao ambiente.

Com certeza, isso é uma situação perigosa, e se todos os fios começarem a perder sua proteção, ao encostar um no outro, podem gerar um curto circuito, e até mesmo fazendo com que o fornecimento de energia elétrica seja interrompido.

Isso ilustra bem o que acontece quando alguém sofre de uma doença desmielinizante: a bainha de mielina começa a se deteriorar, deixando assim o axônio exposto e prejudicando a condução dos impulsos nervosos.

Dependendo da região afetada, uma pessoa pode apresentar complicações relacionadas a movimentos e funções cognitivas sérias, e que se não forem diagnosticadas com antecedência, podem evoluir rapidamente.

Exemplos de doenças desmielinizantes

A desmielinização dos neurônios podem ter várias origens e causas, como por exemplo:

  • Problemas metabólicos;
  • Infecções por vírus;
  • Falta de oxigenação;
  • Lesão ou compressão física;
  • Predisposição genética.

A seguir, vamos conhecer algumas das principais doenças desmielinizantes e como elas se manifestam.

  1. Esclerose múltipla

Sendo a mais comum e conhecida doença desmielinizante, a esclerose múltipla (EM) é crônica, progressiva e autoimune.

O que acontece, nesse caso, é que o próprio sistema imunológico passa a agir na bainha de mielina, provocando lesões que se estendem ao longo do tempo, gerando outras complicações sérias.

Devido a natureza desta doença, uma pessoa com esclerose múltipla apresenta diversos sintomas, como cansaço e fadiga excessiva, dores intensas, perda de coordenação motora e até mesmo de visão.

A esclerose múltipla não escolhe idade: qualquer pessoa pode desenvolver a doença, e estudos indicam que o fator genético é uma possível explicação dela se manifestar.

Infelizmente, não existe cura conhecida, mas é possível realizar um diagnóstico precoce da doença (através do exame de líquor, por exemplo), e fazer tratamentos com remédios que reduzem a ação imunológica, retardando a progressão dela.

  1. Mielite transversa

É uma doença desmielinizante rara, e que afeta a medula espinhal, caracterizada por processos inflamatórios e desencadeia outros problemas graves.

Na maioria dos casos, essa condição é associada a processos infecciosos de outras doenças, como sarampo, sífilis, HIV, lúpus e, recentemente, também associada a Covid-19.

Um fato curioso é que algumas pessoas desenvolveram a doença após a vacinação contra algumas doenças, como difteria, tétano, coqueluche e hepatite.

Em geral, a faixa etária mais afetada compreende crianças e jovens entre 10 e 19 anos, e adultos entre 30 e 39 anos.

Assim como a maioria das doenças desmielinizantes, a mielite transversa possui vários sintomas, como febre, fraqueza muscular, perda de sensibilidade, dores generalizadas nos membros e nas costas, disfunção erétil, incontinência urinária e intestinal.

Mais uma vez, é uma doença que não tem cura, mas pode ter os seus efeitos amenizados e sua progressão retardada através do uso de medicamentos, e até mesmo tratamentos não farmacológicos, como por exemplo, a fisioterapia.

  1. Doença de Devic ou Neuromielite Óptica

Assim como a esclerose múltipla, a doença de Devic também é uma resposta autoimune do corpo, que provoca lesões na bainha de mielina e causando sérias complicações.

Ela é considerada uma variante da EM, mas afeta em especial os nervos ópticos e a medula espinhal, atingindo predominantemente mulheres entre 32 e 40 anos.

Uma pessoa com a doença de Devic desenvolve a perda progressiva da visão, e também outros sintomas associados a dores intensas, fadiga, incontinência urinária e perda de coordenação motora.

O tratamento é realizado para evitar a progressão da doença, fazendo-se uso de medicamentos conhecidos como imunossupressores, ajudando no controle da doença e reduzindo sua progressão.

A importância de um diagnóstico precoce

Doenças desmielinizantes são uma realidade dura e difícil para algumas pessoas, e como você pode notar, são em sua maioria incuráveis e precisam ser tratadas o mais rápido possível.

Mas uma notícia boa é que elas podem ser diagnosticadas bem antes de evoluir para um quadro mais grave, dando assim uma melhor qualidade de vida para quem sofre desses males.

Por exemplo, com relação à esclerose múltipla, é possível fazer um diagnóstico precoce, através do exame de líquor, que é um excelente método em que é possível identificar a existência de intensa atividade imunológica com produção de anticorpos que afetam os neurônios.

Mas o dado mais importante extraído deste exame é a presença de um elemento denominado “bandas oligoclonais”, que ocorre em mais de 90% dos casos, mostrando assim que o diagnóstico precoce é importantíssimo.

Nesse respeito, o Senne Liquor Diagnóstico foi o primeiro laboratório do Brasil a realizar exames de líquor que identificam as bandas oligoclonais. Confira nosso artigo completo sobre o doenças desmielinizantes.

Por fim, este foi um pequeno apanhado sobre o que são doenças desmielinizantes e como elas se manifestam, além dos exemplos e da importância de se fazer um diagnóstico precoce.