Existe um grande desafio na medicina moderna com relação à saúde do cérebro e qualidade de vida e sobre doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer, visto que na maioria dos casos, quando o diagnóstico é realizado, os danos são quase irreversíveis.
No entanto, estudos recentes começaram a trazer uma luz sobre estes casos, chegando-se à conclusão de que, promover um estilo de vida saudável e melhorar a qualidade de vida, pode ter um impacto significativo em prevenir estas doenças.
Hoje vamos falar com um pouco mais de detalhes sobre como isto é possível, baseando-se em um estudo feito na Finlândia e que recentemente chegou nas Américas, o FINGER.
O Cenário Atual Sobre Doenças Neurodegenerativas
Em 2015, a Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou um relatório chamado “Promoção do Envelhecimento Saudável”, orientando os leitores para a adoção de um estilo de vida saudável, que visa a manutenção da autonomia e da independência no decorrer dos anos de vida.
Esse estilo de vida seria fundamental para a melhoria da qualidade de vida e a prevenção de várias doenças, incluindo as neurodegenerativas conhecidas como demências.
Estima-se que cerca de um terço dos casos de demência podem ser evitados ou retardados, uma hipótese comprovada por pesquisas publicadas na The Lancet Commission on Dementia Prevention, Intervention and Care, também divulgadas na Conferência Internacional da Associação de Alzheimer (AAIC).
Os resultados sugeriram que, ao atingir esses fatores de risco com intervenções de saúde pública, a manifestação destas doenças poderia ser substancialmente reduzida.
Nada mais justo e lógico pensar que manter um estilo de vida saudável, livre de vícios e hábitos prejudiciais, é um fator determinante para prevenir infartos, AVC’s e até mesmo alguns tipos de cânceres.
Porém, como já dito anteriormente, os impactos positivos ao priorizar uma melhor qualidade de vida também inclui um menor risco de uma pessoa desenvolver demências, como o Alzheimer.
Prevenção da Doença de Alzheimer
É possível prevenir a perda de memória e o Alzheimer em pessoas idosas?
Até pouco tempo, nenhum estudo havia demonstrado essa possibilidade. Recentemente, o estudo FINGER, realizado na Finlândia, testou uma estratégia para retardar a incapacidade em pessoas idosas.
Foram acompanhados 1.260 indivíduos de 60-77 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos: no primeiro houve: 1) orientação nutricional, 2) exercícios físicos, 3) treinamento de memória e raciocínio, 4) atividades sociais e 5) controle das taxas (pressão, glicose, colesterol, etc). No segundo grupo não houve essa mudança de estilo de vida.
Após dois anos, o grupo que seguiu os 5 itens teve melhora de 25% da memória, melhora da qualidade de vida e menos casos de Alzheimer. O estudo está sendo ampliado para outros países.
Novos estudos buscam medicamentos para prevenir o Alzheimer. Eles identificam o risco da doença, através da dosagem de biomarcadores no líquor (LCR), testando o efeito de medicamentos de alta tecnologia nas pessoas que têm alterações nesses exames.
Não há ainda nenhum medicamento aprovado neste sentido, mas novidades surgirão nos próximos anos. Enquanto não temos esse remédio, o melhor caminho é cuidar bem da sua saúde.
Seu cérebro agradece!