A cefaleia é um sintoma comum e estudado com frequência por médicos e profissionais da saúde, tanto que um dia do ano é dedicado a ela: 19 de Maio.
Ainda que seja algo assim tão recorrente, a dor de cabeça nem sempre pode ser considerada normal e se acontece com frequência, deve ser diagnosticada, tratada e até prevenida.
E neste dia especial, vamos esclarecer alguns pontos importantes sobre este sintoma.
- O que é a cefaleia?
- Quais os tipos de cefaleia?
- A relação do líquor e da cefaleia
- 5 dicas práticas do combate a este sintoma
Boa leitura!
O que é a cefaleia?
A cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça, é um dos sintomas mais comuns entre a população, e estima-se que 76% da população feminina e 57% masculina tenham pelo menos um episódio de dor de cabeça por mês.
Uma cefaleia é a dor em qualquer parte da cabeça, incluindo o couro cabeludo, pescoço superior, face e o interior da cabeça, e este sintoma é o que faz muitas pessoas precisarem ir ao médico.
Quais os tipos de cefaleia?
Por mais que a cefaleia seja um sintoma que cause incômodo em muitas pessoas, não necessariamente ela é um indício de algum problema de saúde mais sério.
As cefaleias são divididas em dois grandes grupos: as cefaleias primárias e as cefaleias secundárias.
As primárias são cefaleias que não são causadas por doenças estruturais (lesões cerebrais ou dos vasos), e, consequentemente, os exames (como tomografia, ressonância e liquor) não apresentam alterações relevantes.
As cefaleias primárias decorrem de alterações da função do cérebro, e não de alterações anatômicas do mesmo.
As cefaleias secundárias constituem numericamente a minoria das cefaleias e são chamadas de secundárias, pois são decorrentes de outras doenças.
Nestes casos, a cefaleia é um sintoma de uma outra doença. Por exemplo, alguém tem um traumatismo craniano e a cabeça dói. A causa é o traumatismo. A cefaleia é secundária ao traumatismo.
Assim sendo, na grande maioria das vezes, os exames não ajudam a fazer o diagnóstico, visto que a maior parte dos pacientes têm cefaleias primárias, como a enxaqueca e a cefaleia tensional.
A relação do líquor e da cefaleia
As cefaleias secundárias são condições potencialmente ameaçadoras, sendo geralmente necessário o diagnóstico através de exames complementares.
Dentre eles, destacamos os exames de neuroimagem, exames laboratoriais (p. ex. provas de atividade inflamatória na arterite de células gigantes) e o exame do LCR, imprescindível para o diagnóstico de inúmeras doenças causadoras de cefaleia.
Veja alguns exemplos:
- Hemorragia subaracnoidea (HSA): A HSA é causada principalmente por ruptura de aneurisma intracraniano e está associada a alta mortalidade. O exame do LCR é importante pois, por vezes, a tomografia inicial não revela a hemorragia.
- Pseudotumor cerebral: É visto com maior frequência em mulheres jovens e obesas. A cefaleia é o sintoma mais comum e o exame de liquor é fundamental para o diagnóstico. Investiga-se hoje se a mensuração de marcadores, como adipocinas pró-inflamatórias, moléculas produzidas pelo tecido adiposo, pode vir a ser útil no diagnóstico desta entidade.
- Meningites: Cefaleia e febre são os mais importantes sintomas das meningites. As meningites mais frequentes são virais, sendo o enterovírus o agente mais comum. Características citológicas e bioquímicas do LCR auxiliam no diagnóstico.
- Vasculites do SNC: Vasculite é uma inflamação dos vasos sanguíneos e pode acontecer em doenças autoimunes como o lúpus, artrite reumatoide, entre outars. Cefaleia é o sintoma mais comum das vasculites do SNC. O LCR mostra alterações inflamatórias inespecíficas, como aumento das células e aumento da proteína.
- Infiltração neoplásica do espaço subaracnoide: Trata-se de um tipo de metástase, ou seja, quando o tumor se espalha para outros órgãos. Quando a metástase atinge as meninges recebe o nome Infiltração neoplásica do espaço subaracnoide, que pode acontecer como resultado de tumores de pulmão, mamas, leucemias, entre outros.
5 dicas práticas do combate a este sintoma
Algumas dicas ajudam a melhorar as cefaleias primárias, a seguir você confere algumas delas:
- Não fique mais de 5 horas sem comer;
- Evite dormir mais ou menos do que o de costume;
- Cuidado com variações bruscas de temperatura;
- Evite bebidas geladas quando estiver com o corpo quente ou suando muito;
- Tenha cuidado com estresse e problemas emocionais.
E, o mais importante, não existe cefaleia normal!!!
Se você tem uma cefaleia regularmente, procure atendimento ambulatorial. Se é uma cefaleia aguda, explosiva, procure um serviço de urgência!!! Nunca se automedique, procure um especialista! Você pode estar mascarando uma doença mais grave e trazendo efeitos colaterais dos analgésicos.
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